História da Casa do Povo de Fajã de Baixo
Dr. Jaime de Couto
Tem a data de 1 de Setembro de 1936, o alvará do então Sub- Secretário das Corporações e Previdência Social que deu existência jurídica à Casa do Povo de Fajã de Baixo, cuja história tem sido marcada por períodos de grande entusiasmo e criatividade.
O sinal de arranque das Casas do Povo no ex distrito de Ponta Delgada foi dado pelo Governador Civil, Dr. Jaime do Couto, numa reunião magna, levada a efeito no dia 21 de Setembro de 1933, e para a qual foram convocadas as 49 Juntas de Freguesia das Ilhas de São Miguel e Santa Maria. A Casa do Povo de Fajã de Baixo, uma das primeiras nos Açores, teve como Presidente da Direção o próprio Presidente da Comissão Administrativa da Freguesia, Manuel Leite Barbosa, o que faz supor, à falta de elementos documentais acessíveis, que foi a Junta de Freguesia que dinamizou o processo de criação da Casa do Povo, pois trata-se, de resto, de um projeto já acalentado pela anterior Junta, presidida por José Sabino Borges que, numa reunião pública de moradores levada a efeito no dia 2 de Abril de 1933, preconizara a constituição de uma associação de recreio que ao mesmo tempo sirva para instruir. Iniciadas as atividades a 3 de Janeiro de 1937, apresenta-se, desde logo, como um problema maior, a inexistência de sede própria, onde pudessem florescer os objetivos estatuários e dinamizar-se todo o vasto leque de competências a eles inerentes. Apesar deste obstáculo, existia no Largo da Igreja, um moderno edifício escolar com uma só sala, construído em estilo “português suave” e segundo projeto do Arq. Adão Bermudes, por iniciativa e execução do testamento da Baronesa de Nossa Senhora da Oliveira, de quem era herdeiro o Barão da Fonte Bela, Jacinto Gago da Câmara. |
Já quisera aquele ilustre titular fazer doação do edifício à Junta de Freguesia, mas esta, amarrada às conclusões de um parecer jurídico de sentido negativo e também ao miserabilismo financeiro que, em geral, sempre caraterizou a vida das pequenas autarquias, acabou por recusar a oferta por não poder enfrentar a obrigação permanente de manter, à sua própria custa, a aula de instrução primária que ali tinha lugar.
Coube à equipa de Manuel Leite Barbosa a tarefa de remover tão grande dificuldade, no que foi fortemente apoiada pelo delegado do Instituto Nacional do Trabalho e Previdência, Dr. Bento Caldas, ficando aberto o caminho para a disponibilização do imóvel para sede da Casa do Povo.
O grande dia da inauguração chegou, finalmente, a 14 de Abril de 1940, com grande pompa e circunstância.
Coube à equipa de Manuel Leite Barbosa a tarefa de remover tão grande dificuldade, no que foi fortemente apoiada pelo delegado do Instituto Nacional do Trabalho e Previdência, Dr. Bento Caldas, ficando aberto o caminho para a disponibilização do imóvel para sede da Casa do Povo.
O grande dia da inauguração chegou, finalmente, a 14 de Abril de 1940, com grande pompa e circunstância.
Percurso da Casa do Povo de Fajã de Baixo
Retirando o inevitável cariz político, pode dizer-se que, no geral, a ação da Casa do Povo foi benéfica para a população, entrando, ao longo da sua criação, por diversas áreas de atuação, no que se mostraram solícitas e empenhadas as sucessivas Direções, desde então até aos nossos dias.
No domínio educativo e cultural, a Casa do Povo desempenhou um papel de certo relevo, através da manutenção, durante muitos anos, de uma aula de instrução primária na sua própria sede, da realização de ações de alfabetização, bem como de numerosos serões culturais.
No campo desportivo, é de registar que, ainda em plena década de 40, a Casa do Povo albergou uma “classe de ginástica” e manteve, depois, como ainda hoje, a sua equipa de futebol, sem deixar de se interessar, também, por outros desportos ou pela prática de jogos de mesa, na sala de convívio.
A saúde e a segurança social tiveram sempre, na sede da Casa do Povo, os seus terminais de freguesia e tempos houve em que também levou a efeito alguma ação assistencial em prol de pessoas carenciadas, nas várias épocas de crise económica que até hoje sobreviveram e que muito afetaram a vida da população.
Neste aspeto, foi também interessante o papel desenvolvido pela Casa do Povo, como local de reuniões e debates sobre os momentos graves por que passou a cultura do ananás e no arranque, já depois do 25 de Abril, do Sindicato dos Trabalhadores daquela actividade emblemática da Fajã de Baixo.
O Grupo de Teatro da Casa do Povo de Fajã de Baixo assumiu grande relevo no panorama cultural Açoriano, sendo de destacar duas figuras que hoje são justamente homenageadas, a título póstumo: Jovelino Pimentel e Jayme Tavares- Silva.
No domínio educativo e cultural, a Casa do Povo desempenhou um papel de certo relevo, através da manutenção, durante muitos anos, de uma aula de instrução primária na sua própria sede, da realização de ações de alfabetização, bem como de numerosos serões culturais.
No campo desportivo, é de registar que, ainda em plena década de 40, a Casa do Povo albergou uma “classe de ginástica” e manteve, depois, como ainda hoje, a sua equipa de futebol, sem deixar de se interessar, também, por outros desportos ou pela prática de jogos de mesa, na sala de convívio.
A saúde e a segurança social tiveram sempre, na sede da Casa do Povo, os seus terminais de freguesia e tempos houve em que também levou a efeito alguma ação assistencial em prol de pessoas carenciadas, nas várias épocas de crise económica que até hoje sobreviveram e que muito afetaram a vida da população.
Neste aspeto, foi também interessante o papel desenvolvido pela Casa do Povo, como local de reuniões e debates sobre os momentos graves por que passou a cultura do ananás e no arranque, já depois do 25 de Abril, do Sindicato dos Trabalhadores daquela actividade emblemática da Fajã de Baixo.
O Grupo de Teatro da Casa do Povo de Fajã de Baixo assumiu grande relevo no panorama cultural Açoriano, sendo de destacar duas figuras que hoje são justamente homenageadas, a título póstumo: Jovelino Pimentel e Jayme Tavares- Silva.
(Historial elaborado com base no discurso proferido por João Carlos Macedo na sessão comemorativa do 60º Aniversário da Casa do Povo de Fajã de Baixo)
A 19 de Outubro de 2004 foi inaugurado o Centro Social e Cultural da Casa do Povo de Fajã de Baixo, Instituição Particular de Solidariedade Social, que desenvolve as respostas sociais de Centro de Dia, Centro de Convívio, Serviço de Apoio ao Domicílio e Centro Comunitário.